domingo, 27 de fevereiro de 2011

Justiça Militar arquiva quase 2000 processos contra colegas de farda

Cerca de 40% dos acusados nem se dão ao trabalho de aparecer nas audiências


Somente em 2010, 1.936 inquéritos criminais investigados por agentes da Polícia Militar contra seus colegas fardados foram parar nos arquivos. O corporativismo é reprovado pelo próprio Tribunal de Justiça Militar, que condena a falta de empenho dos oficiais indicados para julgarem os casos envolvendo a classe. Existem, hoje, 864 processos aguardando julgamento.

Relatório anual elaborado pela Corregedoria da Justiça Militar aponta que 39% dos acusados não se dão ao trabalho nem de aparecer nas audiências. O dado, de acordo com o Tribunal, mostra a necessidade de melhorar a comunicação com as unidades militares responsáveis por fazer a apresentação do policial.

No ano passado, dos 340 julgamentos, só 156 acabaram em condenações.

"Os números sugerem que a investigação criminal está sendo mal utilizada, o que compromete a credibilidade da Justiça Militar, já que a imensa maioria das investigações acaba sendo arquivada", diz o documento.

Ao comentar o número de casos arquivados, o chefe de gabinete do Tribunal, coronel João Bosco da Costa Paz diz que "muitos processos estão sendo arquivados por causa de erros no decorrer do procedimento".

Já o corregedor da PM, coronel Hebert Fernandes Souto Silva, revela que, no mesmo ano de 2010, 1.672 denúncias chegaram até a corregedoria. Dos 6 milhões de ocorrências, o militar não soube precisar quantas delas se transformaram em inquéritos.

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